Brasil reduz casos de manipulação em jogos e sai da liderança mundial
Foto: Meramente ilustrativa criada por IA
O Brasil, que por dois anos consecutivos liderou o ranking global de jogos de futebol suspeitos de manipulação, registrou uma queda expressiva de 48% nesses casos em 2024. Segundo o relatório anual da Sportradar, empresa referência em tecnologia esportiva e parceira de entidades como CBF, Conmebol, Uefa e Fifa, o país deixou o topo da lista.
Essa redução representa um marco importante para o futebol brasileiro, que vinha enfrentando uma crescente preocupação com a integridade das competições.
Queda significativa no Brasil
Nos anos de 2022 e 2023, o Brasil figurou como líder mundial em casos suspeitos, com 152 e 110 partidas respectivamente. Apesar de uma redução de 29% no intervalo entre esses dois anos, o país ainda mantinha a liderança. Em 2024, no entanto, o cenário mudou: o número de partidas sob suspeita caiu drasticamente, refletindo um esforço coletivo entre a CBF, federações estaduais e clubes.
Medidas preventivas, como campanhas de conscientização e o monitoramento mais rigoroso de jogos, contribuíram para essa queda. A maioria dos casos brasileiros envolvia competições regionais ou divisões inferiores, organizadas pelas federações estaduais.
Ainda assim, o futebol segue como o esporte mais vulnerável à manipulação.
Prevenção e manipulação no futebol nacional
Embora as medidas adotadas tenham sido eficazes, muitos atletas da elite do futebol brasileiro ainda desconhecem as restrições relacionadas a apostas esportivas ou compartilham informações privilegiadas inadvertidamente.
Esse comportamento reforça a necessidade de uma educação contínua sobre os riscos e as consequências de práticas suspeitas.
Jogos suspeitos são definidos pela Sportradar como aqueles que apresentam “provas contundentes” de manipulação ou indícios plausíveis de viciação de resultados. Em 2024, além da queda nos números nacionais, houve uma redução global nas manipulações esportivas.
Panorama mundial: Esportes e integridade
Em todo o mundo, o número de partidas suspeitas também diminuiu. A Sportradar detectou 1.108 jogos suspeitos em 2024, espalhados por 95 países e abrangendo 12 modalidades esportivas, uma redução de 17% em relação a 2023.
Desses, 721 casos estavam relacionados ao futebol, consolidando-o como o esporte mais vulnerável a fraudes.
Apesar disso, o relatório aponta que 99,5% dos eventos esportivos globais permanecem livres de manipulação. Em 2024, as informações fornecidas pela Sportradar ajudaram a embasar 104 sanções por violações de integridade, envolvendo sete esportes em 15 países.
A queda no número de jogos suspeitos no Brasil e no mundo reflete os avanços nas políticas de integridade esportiva. Contudo, o desafio permanece, especialmente no futebol, que continua liderando os casos de manipulação.
A colaboração entre entidades esportivas, clubes e empresas de apostas será crucial para fortalecer ainda mais a transparência e a justiça nas competições.
CPI revela escândalo de manipulação no futebol brasileiro
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas revelou um dos maiores escândalos da história do futebol brasileiro. Durante sessão em 9 de outubro de 2024, o empresário William Rogatto confessou ter manipulado resultados desde 2009, rebaixando 42 times e lucrando cerca de R$ 300 milhões com apostas fraudulentas.
O presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), destacou que as declarações de Rogatto expõem um esquema de corrupção sem precedentes no futebol nacional, superando casos anteriores como a máfia da loteria esportiva e a “Máfia do Apito”.
Rogatto alegou possuir provas de que o clássico entre Palmeiras e São Paulo, que terminou em 5×0 para o Palmeiras, foi manipulado, envolvendo jogadores de alto salário do São Paulo. Apesar disso, isentou figuras como Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e John Textor, do Botafogo.
Em busca de aprofundar as investigações, os senadores Jorge Kajuru e Romário (PL-RJ) planejam viajar a Lisboa para se encontrar pessoalmente com Rogatto, visando obter provas documentais, áudios e vídeos que detalhem as atividades de manipulação no Brasil.
Rogatto afirmou que fornecerá evidências de corrupção envolvendo jogadores e dirigentes, embora tenha expressado receio de expor os “tubarões” por medo de represálias. O Governo Federal já acionou a Polícia Federal para investigar as declarações, com acompanhamento dos Ministérios da Fazenda e dos Esportes.
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Ana Paula Araújo escreve diariamente sobre o mercado de trabalho, mantendo os leitores informados sobre vagas de emprego e concursos públicos, especialmente no setor de Óleo e Gás.
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