Lançando luz sobre o impacto dos microplásticos no crescimento de mudas de lentilha

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Primeiramente, um dos grandes problemas dos microplásticos é o impacto negativo que ele oferece à germinação de sementes e mudas. Neste sentido, alguns estudos apontaram efeitos dos microplásticos na germinação de sementes, mas, o impacto biológico interno que eles oferecem ainda é desconhecido.

Por isso, um grupo de pesquisadores utilizou de tomografia de coerência óptica especial para identificar que os micropolíticas prejudicam a atividade interna das sementes de lentilha durante o período de germinação, o que causa um crescimento atrofiado em estágios posteriores das mudas.

Basicamente, os microplásticos são fragmentos de plásticos, com cerca de 5 mm de diâmetro. No mundo, existem dois tipos de microplásticos: primários e secundários. Dessa forma, qualquer partícula de plástico menor de 5 MM pode ser considerada um microplástico primário.

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Microplásticos (Reprodução: divulgação)

Utilizado em diversos setores, a poluição por microplásticos têm sido uma grande preocupação para o planeta. Isso porque os resíduos não são devidamente tratados, o que causa um grande acúmulo nos ecossistemas do planeta. Logo, esses pequenos pedaços são uma grande ameaça para diversas espécies.

Similarmente ao corpo humano, as plantas possuem um método de transporte de nutrientes, que é captado por suas raízes e “espalhado” pelo corpo. Sendo assim, é possível que as plantas absorvam microplásticos pelas rachaduras de suas raízes jovens, o que leva os fragmentos até a comida que chega na sua mesa.

Neste sentido, é possível perceber que os microplásticos podem estar presentes na cadeia alimentar, logo, como eles podem afetar as plantas? Para tentar identificar a questão e analisar os perigos dos microplásticos em plantas, uma pesquisa estudou esse processo em plantas.

O impacto dos microplásticos: Uma nova realidade para a agricultura

A pesquisa, concebida por Uma Maheswari Rajagopalan do Shibaura Institute of Technology (SIT) e Hirofumi Kadono da Universidade Saitama, observaram o efeito dos microplásticos na germinação de sementes de lentilha, além de investigar o crescimento de mudas e como elas são afetadas.

Para isso, foi utilizado a tomografia de coerência óptica biospeckle (bOCT), técnica essa que foi proposta para provar com precisão a atividade interna das plantas, tudo isso  por meio de observações. Na revista Chemosphere, maiores detalhes sobre a publicação foram divulgados.

Dessa forma, os pesquisadores expuseram as sementes de lentilha a diferentes concentrações de micro plásticos de polietileno, por cerca de sete dias. Assim, com a observação de bOCT em período de 0, 6, 12 e 24 horas, eles compararam os parâmetros biológicos e de germinação.

Logo após as seis primeiras horas, já foi possível encontrar resultados. Isso porque os dados de bOCT apontaram que as sementes tratadas com PEMPs obtiveram uma diminuição drástica na atividade interna, sendo uma prova dos efeitos prejudiciais dos microplásticos em sua germinação.

Além disso, ainda foi possível observar um aumento nas atividades enzimáticas antioxidantes. Como consequência, a concentração de PEMP aumentou, e a queda de atividade interna foi acentuada, sugerindo que há um efeito dependendo da dose de PEMPs em sementes e mudas da lentilha.

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Bruno Teles
Bruno Teles

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