“Golpe no futebol brasileiro”: Corinthians é acusado de inadimplência de €2,5 milhões por presidente do Cuiabá
O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, fez duras críticas ao Corinthians em razão da suposta inadimplência na compra do volante Raniele, jogador que defendeu o clube mato-grossense em 2023. Dresch apontou que o time paulista, além de não honrar seus compromissos financeiros, continua realizando grandes contratações. A situação foi descrita pelo dirigente como um “golpe no futebol brasileiro”, durante entrevista à Rádio Bandeirantes.
Segundo o presidente do Cuiabá, o Corinthians estaria pagando altos salários a jogadores estrangeiros, como o atacante Memphis Depay, ao mesmo tempo em que não cumpre com os pagamentos acordados com o clube mato-grossense.
“O Corinthians está gastando cerca de R$ 4 milhões mensais com um jogador estrangeiro, enquanto não consegue pagar uma quantia muito inferior ao Cuiabá”, afirmou Dresch. Ele criticou a postura do Corinthians, especialmente por manter pendências financeiras enquanto segue fazendo investimentos robustos no mercado da bola.
Contrato de Raniele e parcelas pendentes
No início de 2023, o Corinthians adquiriu 60% dos direitos econômicos de Raniele, em uma negociação de 2,5 milhões de euros, com pagamento dividido em quatro parcelas. Três dessas parcelas têm vencimento até o final de 2024, enquanto a última está programada para ser quitada em 2025.
Além disso, o contrato contém uma cláusula que prevê um pagamento adicional caso o jogador atue em pelo menos 60% das partidas em 2024 ou 2025, o que adiciona ainda mais complexidade à negociação entre os clubes.
A falta de pagamento dessas parcelas gerou um grande desconforto entre o Cuiabá e o Corinthians, com Dresch expressando sua frustração publicamente. O presidente do Cuiabá não poupou palavras ao afirmar que a conduta do Corinthians, de contratar jogadores caros sem quitar dívidas com outros clubes, desrespeita as normas éticas do esporte.
Propostas para evitar mais “golpe no futebol brasileiro”
Durante a entrevista, Dresch foi além das críticas e sugeriu que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) implemente uma nova regra para proteger os clubes que vendem jogadores. A proposta seria que jogadores negociados só pudessem atuar pelos novos clubes se as parcelas dos contratos de compra estivessem em dia.
“Se o jogador foi comprado e a parcela está atrasada, ele não deveria poder entrar em campo”, argumentou Dresch. Para o presidente do Cuiabá, essa seria uma forma de impedir que clubes inadimplentes tirem proveito das negociações sem honrar suas obrigações financeiras.
Dresch destacou ainda que o Corinthians, mesmo com frequentes notícias sobre problemas financeiros e contas bloqueadas, segue contratando jogadores de alto nível, inclusive atletas que defendem seleções nacionais, o que gera uma grande disparidade no cenário esportivo nacional.
Para ele, essa situação coloca clubes menores em desvantagem, especialmente aqueles que, como o Cuiabá, lutam pela permanência na Série A do Campeonato Brasileiro.
Impacto no futebol brasileiro
As acusações feitas pelo presidente do Cuiabá levantam um debate sobre a necessidade de maior regulamentação financeira no futebol brasileiro. A falta de controle sobre a inadimplência pode afetar diretamente a competitividade entre os clubes e trazer desequilíbrios no cenário esportivo nacional.
Dresch acredita que, se medidas mais rígidas não forem implementadas, a credibilidade do futebol brasileiro poderá ser comprometida, com clubes maiores utilizando seu poder financeiro para burlar compromissos contratuais.
Com essas declarações, o caso entre Cuiabá e Corinthians promete novos desdobramentos, uma vez que a inadimplência pode levar o clube mato-grossense a buscar soluções legais para receber o valor devido.
O impacto de situações como essa vai além das disputas em campo, afetando diretamente a sustentabilidade financeira de equipes menores e o futuro das negociações no futebol brasileiro.
CPI investiga esquema de manipulação em jogos de futebol com envolvimento de apostas esportivas
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investiga um esquema de manipulação de resultados em jogos de futebol no Brasil, com foco no impacto das apostas esportivas. Segundo a CPI, esse esquema já movimentou mais de R$ 300 milhões, sendo considerado o maior escândalo desse tipo no país.
Durante a investigação, foram reveladas práticas de corrupção envolvendo jogadores que manipulavam os resultados das partidas para beneficiar determinadas casas de apostas, gerando grandes preocupações sobre a integridade do esporte e os prejuízos para os clubes e torcedores.
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