Futuro do futebol brasileiro: CPI aponta maior escândalo de manipulação de resultados envolvendo mais de R$ 300 milhões
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas está diante do que pode ser considerado o maior escândalo da história do futebol brasileiro. A afirmação foi feita pelo presidente da comissão, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), durante a sessão desta quarta-feira (9/10), após o polêmico depoimento de William Rogatto.
O empresário confessou, no Senado, ter atuado diretamente para manipular resultados e rebaixar 42 times desde 2009, além de afirmar ter lucrado cerca de R$ 300 milhões com atividades fraudulentas por meio de apostas esportivas.
Denúncias envolvem clubes e jogadores de destaque
Segundo Kajuru, as declarações de Rogatto evidenciam um esquema de corrupção de proporções inéditas no futebol nacional. O parlamentar destacou que o escândalo atual supera outros casos notórios, como a máfia da loteria esportiva e a “Máfia do Apito”.
Kajuru enfatizou que se o empresário conseguiu arrecadar R$ 300 milhões sozinho, o montante total movimentado pode facilmente atingir a casa dos bilhões de reais, considerando a amplitude das operações.
Em seu programa na rádio “BandNews Goiânia”, Kajuru relatou que Rogatto mencionou nomes de grandes figuras do futebol brasileiro e de clubes renomados. Entre as alegações, o empresário afirmou possuir provas de que o clássico entre Palmeiras e São Paulo, que terminou em uma goleada de 5×0 para o Palmeiras, foi manipulado.
Rogatto alega que jogadores do São Paulo, que possuem salários elevados, se venderam para influenciar o resultado da partida. No entanto, apesar de afirmar que não pode “colocar a mão no fogo” por Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e Julio Casares, presidente do São Paulo, o empresário isentou John Textor, do Botafogo, de qualquer envolvimento.
Investigações internacionais e a busca por provas
Com o avanço das investigações, o senador Jorge Kajuru anunciou que, na próxima segunda-feira, ele e o relator da CPI, senador Romário (PL-RJ), viajarão a Lisboa, Portugal, para um encontro pessoal com William Rogatto.
O objetivo da viagem é obter provas documentais, além de áudios e vídeos, que detalhem as atividades de manipulação de resultados no Brasil. Rogatto garantiu que entregará elementos que comprovem a corrupção envolvendo jogadores e dirigentes, embora tenha se recusado a expor os “tubarões” por medo de represálias.
Kajuru reforçou a gravidade das acusações ao mencionar que Rogatto forneceu detalhes sobre o suposto envolvimento do jogador Lucas Paquetá e sua família no esquema de manipulação de partidas. “Ele precisa apresentar as provas concretas para sustentar essas alegações.
Caso contrário, continuaremos apenas com indícios”, afirmou o senador. A partir dessas evidências, a CPI pretende convocar os envolvidos e dar início a um novo capítulo nas investigações.
Impacto nacional e repercussão política
Diante das revelações chocantes apresentadas por Rogatto, o Governo Federal já acionou a Polícia Federal para que inicie uma investigação aprofundada de todas as declarações feitas pelo empresário. Os ministérios da Fazenda e dos Esportes manifestaram preocupação e prometeram acompanhar de perto os desdobramentos do caso.
O depoimento de Rogatto e as declarações de Kajuru elevaram a tensão no futebol brasileiro e colocaram em xeque a integridade esportiva do país. Com a CPI ganhando força e novos personagens entrando na mira, o desfecho desse escândalo pode redefinir o cenário do esporte no Brasil, tanto dentro quanto fora dos gramados.
A expectativa agora gira em torno do que Rogatto revelará em Lisboa e do impacto que suas informações poderão ter no futuro das investigações e, principalmente, na credibilidade do futebol nacional.
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